O tédio me engolia aos poucos. Barulhos, barulhos, gritos. No quarto, claro e alto, eu queria subir pelas paredes, louca. Um alicate de unha, o som alto, mas nada. Não farei nada. Eu disse que não iria chorar. Não o fiz. Queria me divertir, só. Só com um elefante no chão, um urso novo mas cheio de história pra contar. Lembrei da agulha, aquilo era divertido há anos atrás. Agulha, linha e mãos. Comecei a costurar pouco a pouco em minha mão, sorrindo sozinha, patética. As vezes lembrava daquele sentimento de rejeição, o motivo de querer me afundar ali mesmo. Lembrava que me esqueceram facil demais. Lembrava de tudo, nos últimos dias. Mas acreditava que por segundos, esqueceria tudo. Costurando, sem perceber o quê, afundava a agulha no pulso, e achava engraçado nao sentir nada na palma da mão. Três minutos depois, saiu o que estava preso. Não entendi porque tudo aquilo. Mas pudera. Poderia ser Kampf. Poderia ser qualquer outra coisa com 'K'. Mas não era isso. Lá estava, a letra. Apenas um símbolo. Mas com enorme e complexo significado.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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