Uma mistura de nostalgia, medo e sofrimento me comem aos pouquinhos, desde quando acordo até ao deitar. Peço ao tempo, um pouco mais de paciência. Não que eu não tenha vivido tudo intensamente, mas quando me assusto existe uma longa história atrás de mim que nem eu conseguiria contar ao todo. Gente ao meu redor, muita gente. E eu, que ao mesmo tempo, preferiria não precisar de nenhuma delas, preciso. Meu silêncio grita, berra pedindo que o mundo me inclua nele, pelo menos pra eu provar. Bebo mais silêncio, me contento com os sorrisos e conto a mim e a mais um alguém o que se passa aqui dentro. Sendo esse alguém quase eu mesma, consigo me divertir por horas ou minutos. Ah, se todo esse céu falasse. Não sairia tanto silêncio de mim. Eu sinto falta de algo que nem sei se já tive. Mas sinto. Busco dentro de mim, algo que complete o que falta. Porque isso tem que estar comigo, e não do lado de fora. Tem que estar. Mas, e se não estiver? E se eu for assim, incompleta, por faltar algo que não está comigo? E se não estiver com ninguém? Eu preciso que acreditem, eu preciso. Há uma coisa faltando aqui, eu sei. Todas aquelas cócegas, e minha vontade maluca de correr para o banheiro, depois de anos sem fazer xixi na calça me fez perceber. Não depende de mim, só de mim. Mas se sobra algo aí dentro, me mostra pra eu ver se completa aqui. A parte que falta. Ou que faltava.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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