A plenitude sagrada dos dias normais, preenche o espaço, que há pouco eu não sabia que estava vazio. Sou pequena demais, e meu ser compreende tanta coisa, que gotículas que sejam, de felicidade transformam-me em um mar, inteiro, rico em sorrisos e boas vibrações. Completo, eu digo que está, mas também digo, que farei o possível para dizer amanhã bem cedo: falta algo. É só a mania de buscar mais e mais. Eu sei que é saudável. E de saúde podemos muito bem falar. Nós, que já sentimos na carne a busca da dor física para que a dor psicológica fosse embora. Nós que sabemos o que é perder o ar, a voz, e cabelos, por ouvir, apanhar e dormir soluçando de medo. Tudo vale, tudo vale. E aí, num dia desses, normalíssimos, o corpo pesado depois do trabalho, depois de cozinhar e atender a todos consigo concluir com fé, que valem os dias normais, sem mais abismos no ser, sem tantas surpresas malignas. Apenas a surpresa de saber que se está aqui.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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