O chão despedaçando, eu só queria um lugar pra me segurar. Eu tenho a infeliz mania, de dizer que não sofro, não sinto mais. E não sinto mesmo. Estacionou-se todos os sentimentos por aqui, perto do coração e a vontade de vomitar me enjoa só de pensar. Tranquei meu quarto, minh'alma. Me fecho em lágrimas e nem se meus braços se cortarem com tudo que puder encontrar, a dor troca de lugar. É bem no coração. Eu não vou contar o que quero. Não vou contar nada, a ninguém. Vontade de me deitar num rio, raso, que possa me levar. Que me leve pra bem longe, longe de tudo. Mas que na volta, eu tenha um chão firme a que pisar. Firme, bem firme, e se possível, coberto de flores. Eu não posso mais pensar em pedras e espinhos. Mesmo que eles voltem a me machucar. Oscilo entre o bem e o mal, entre o alívio de saber agora, da verdade e da dor imensa de lembrar dos rostos gargalhando ao meu redor. Da dor que senti por meses por tanta inconsequência. Tantos chãos despedaçando, por vezes e eu, hoje, literalmente sem nada a que me agarrar. Não tem rio. Não tem chão. Nem eu sei onde fui parar.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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