Saiu e chegou de todos os recintos, sentindo a tinta escorrer pela testa: erro. Era o que tinham escrito por ali. E exibia, como um troféu. Afinal, já se esclarecia que conserto não havia. "Nasceu assim, pobre. Vai ficar só. Ninguém aguenta tanto erro." Foi fazendo aos poucos, a questão de errar, pra saber então no que mudaria. Nada, pois erro por erro, não haveria que anular nada. Só somaria. Então, preferiu viver a vida, como se não houvesse erro algum em parte alguma. "Têm razão", afirmava sempre que os gritos estridentes começavam. Só queria paz. Nada de drama, voz de morte, de dor, que se quer existe. Se lágrimas significassem dor, talvez estaria líquida. E sobrevive. Até vive mesmo. Contente. Com os erros. Sem satisfações, sem pesos. Mas a mãe continua a gritar lá fora. Ás vezes o telefone grita. Ás vezes o olhar assusta. É quando ela passa o dedo na testa e conserta a palavra escorrendo: erro.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários