Se eu for pensar, eu acabo me lembrando de tanto que já fiz por ti. Do tanto que lutei, quis matar meu mundo, quis me matar, te matar. Eu lembro do quanto chorei, em vão, sozinha, com o mundo nas costas e todo mundo gritando em cima: Está indo longe demais!. Se eu for pensar, eu depositei minha confiança no vácuo, e depois que ela se foi, fiquei fria. Hoje, espero o mínimo de educação. Hoje eu quero viver o hoje e nada mais. A gente vai levando, chutando a pedra na rua, pra ver onde vai dar. Mas nada demais. Eu bebi nas últimas saídas, mas não sinto nada demais. Eu resolvi desenhar e não mudou muita coisa. Sabe, não tem gosto de mel, nem fel. Não fede tanto, nem cheira tão bem. É por esse caminho que eu vou andando. O amor? Ele existe, claro. Mas talvez tenha mudado a cor, a temperatura e talvez ele também esteja cansado de querer ser alguma coisa que não é, e nunca foi.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários