De ontem pra cá, minhas insatisfações foram um balde cheio, jogado pela casa, e quase todo mundo acaba se molhando um pouco aqui ou ali. Mas minha maior preocupação é quando minha vontade não é de socar alguma parede, ou socar alguém. É quando não sinto nada. Quando a indiferença toma conta. Talvez eu não ame mais. Talvez eu tenha cansado desse ciclo ridículo, dos mesmos inconvenientes, de ser posse. Não quero ser mais do que eu mesma, dona de mim, das minhas idéias, do que visto, como, quero. Não quero ser mais do que valorizada, um abraço necessário nas horas de amor ou tristeza. Quando bate essa dor maligna no meu peito, poder ouvir coisas que me façam reagir da melhor forma. Um pouco de carinho, que me dê sede de prazer. Eu quero é viver mesmo. E pelo que parece, tenho vivido a vida de outra pessoa.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários