Fechei meu corpo pro mundo, para todo mundo. Fui me encolhendo de medo, voltei à fase embrionária. Não quero ver o que tem nesse corpo. Fujo de espelhos, guardo meus receios e não há porque acreditar em palavrinhas mágicas. O vestido curto das noites passadas, faziam parte da fantasia que armei. É pra ninguém julgar demais, o que sinto com o que sou. Sempre fui desse jeito, sem gosto demais por mim, e no dia em que a mudança veio, eu vi, tenho certeza que eu vi a mentira entrar junto! Não vou falar que me odeio. Tenho bastante respeito. Mas eu sei que esse frio, esse medo constante de descobrirem a fraude que sou me enjoa, me dá ânsia entende? Meu corpo continua fechado, não quero nada, nada, não confio em mais nada. Eu quero meu mundo de volta. Que soprem aos quatro ventos a careta e estranha que sou. Me respeito, quero meu ritmo, minha vida pequena dentro do quarto escuro. Já não mais a garota que fizeram crescer e acreditar que essa imensidão dentro e fora da gente é linda e perfeita.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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