As minhas malas me dizem certas horas que é melhor a gente se mandar. Eu não sou quem você quer, eu escuto sempre isso. Não me pareço nada com seus melhores amigos, com seus ídolos, com seus sonhos, com sua vida. Eu não me pareço com quase nada. Eu sou só um fiapo de gente perto de todos que andam me rodeando. Eu nem nunca liguei por ser um grão de areia tão insignificante, mas hoje eu vejo que estou me perdendo, aos poucos, de tudo que já fui um dia. Meu corpo já não sente nada, ás vezes, somente fome. E sinceramente, qualquer coisa que estiver na geladeira já me satisfaz.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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