Muito provavelmente, nada voltará a ser como foi um dia. Meu cabelo, minhas unhas, minha pele, nossas conversas... as músicas recentemente lançadas que são a nossa cara, já não fazem tanto sentido. Minha covardia talvez aumente, ou desapareça de uma vez por todas. Não é orgulho, mas a vontade de colocar tudo em seu devido lugar me faz perder o controle sobre o que sinto. Desejo e dever não são compatíveis. Eu vou deixando as paredes brancas me engolirem, apago a luz e digo as mesmas palavras a Deus. Hoje foi um dia bom... obrigada. Eu vou levantando as questões mais complicadas dentro da minha mente. Onde foi que eu fui parar? Naquela calçada, naquelas ruas, onde foi mesmo que me perdi? Onde foi que enfiei aquele meu medo de amar, que não me deixava chegar tão perto de ninguém? E onde estão meus sonhos? É que hoje endureceu tudo, meu chão me prende com tanta força que se quer me lembro quantas coisas boas consegui de uns tempos pra cá. Eu só quero uma saída desse labirinto maluco em que entrei. Um belo dia saí de casa, onde ninguém confiava mais em mim. As coisas até pareceram voltar ao seu lugar, mas cá estou, longe de tudo que fui e que tive. Talvez seja por isso que dói tanto quando me exigem um pouco mais de estabilidade e de compreensão.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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