A vida vai se tornando cada vez mais fria, enquanto passa. Eu sei o porquê mas é tudo tão longo e complicado, que quero descomplicar me fechando um pouco, ou melhor, não dizendo. Sigo pensando no presente, sempre no presente. Passos de bebê, metas de calculistas, pouco ou nada de sonhos, eu preciso ver mais cores. Odeio perder o controle que tenho por mim, por minha vida e por cada detalhe dela, e quando sinto que preciso sair desse controle pra me sentir melhor, ou mesmo pra esquecer, a revolta é muito grande. Então, se me ver por aí, descabelada, roupas estranhas, não ligue. Se me ver fora de mim, não se aproxime. Se me encontrar sozinha, com uma garrafa na mão, não se preocupe. Todo mundo erra, e eu não quero mais tentar ser tão perfeita.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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