Essa rotina fácil de quem levanta, toma o café, e só volta para almoçar e jantar. Vivendo em multidões solitárias, me perco olhando pregos, becos, janelas. Isso tudo me afaga, como se qualquer objeto cortante fosse me confortar. E a cada gritinho de socorro que dou, penso que dar trabalho aos outros é coisa feia demais. Me fecho, e aprendo a dar sorrisos contínuos, a falar sobre novela, filme novo, aquele ator bonito. Não há nenhuma conclusão. Não aprendi tudo ainda. Não sei direito de onde tirar a espontaneidade, o sorriso fácil pra qualquer um na rua. Tudo aqui me parece plástico demais. O corpo, as unhas, o cabelo e o coração pegando fogo, derretendo e queimando tudo por dentro.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários