Tudo bem se eu pudesse escolher, não teria mesmo ficado mais velha. Não por ser infantil a tal ponto, mas simplesmente por vontade de viver a vida de um jeito mais doce, somente até os treze anos. Minhas utopias baratas ás vezes transparecem no meu rosto. E soa tão estranho, dizer a minha idade e ser surpreendida com reações tão bruscas. Nova demais, sempre... sempre muito nova. Tão cheia de vida, tanta coisa pra viver... ah! Não conhece nada, quase nada ainda desse mundo. E talvez, meus olhos grandes demais passem a ideia de que ainda vive uma criança dentro de mim. Não nego, ela existe. Mas não a ponto de confundir, não a ponto de perder por aí a responsabilidade, a integridade. Olha, fico imensamente contente quando ouço que ainda tenho muito pra viver! E se não houvesse? Seria mesmo um tédio. Mas ás vezes eu grito no espelho para que me mostre um pouco mais mulher. Não sou mesmo uma simples menina com o mundo inteiro a conhecer. Eu quero mais do que isso. Já que cheguei aqui, pra que desperdiçar? O tempo, o vento, o sol que anda batendo nas minhas costas e dizendo pra eu pedalar mais rápido... Tudo isso me impulsiona sim. Mas não vou mais me esforçar em dizer a quanto tempo nasci. Posso dizer e provar que importa tão pouco. Nunca foi tão importante. Aliás, se importasse, não perguntariam minha idade logo depois de olharem bem no fundo dos meus olhos.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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