Não é fácil assim, sabe. Levantar e sorrir todos os dias, pensando no alívio. Quem é amigo lê nos meus olhos, o quanto é complicado pro soldado voltar pra luta. E ver até quando o coração vai ter medo de voltar a amar. Não não, não é bem essa a questão. Mas deixei de sentir tanta coisa... não sou mesmo de me entregar por aí em qualquer beijo em qualquer cama. Mas quando acontece rouba um pouquinho de mim. E leva embora. Então imagine o que restou de um amor de dois anos. Eu venho procurando meus restos nessas segundas feiras, terças, quartas. Desgastou tanto que eu pensei: não quero mais amar, ponto. Nem gostar tanto assim, mais um ponto. Mas daí veio aqui uma garota com uma bicicleta e me chamou pra dar uma volta. E eu ainda tô dando voltas por aí, porque ouvi dizer que a gente ia fugir. Acho que ela também não quer mais amar. E nem eu. Não sei bem se é isso. Mas o que me confunde é gostar demais do cabelo dela ao vento.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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