Eu havia parado de contabilizar possíveis perdas. Sei, que lá no fundo, não perdi quase nada. É que não dá pra se perder o que na verdade, nunca se teve. Então, o que eu tinha era tão pouco... o que acontecia, era que o que eu construía sozinha, aqui dentro, todos os planos, supostos sonhos e a minha tão sempre determinação, deixava transbordar minhas conquistas. Soa muito prepotente isso tudo, eu sei. Soa pouco humilde também. Mas eu juro que é verdade. Sobrava feitos da minha parte. Eu entregava ao outro lado, e pronto, me sentia satisfeita. Agora é aprender a conter certas coisinhas. Sonhar pra mim. Me vestir pra mim. Crescer pra mim mesma. Parece óbvio, mas isso de ter e não ter um amor, deixa tudo confuso e perdido.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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