Esse zunido que dá no ouvido da gente, querendo dizer alguma coisa muito importante mas a gente finge que não ouve. Eu sei, são conselhos do meu ego. As janelas têm rede, que até podem ser cortadas com uma tesourinha escolar. Mas ainda estão aqui, e talvez sejam resistentes. Talvez. Porque quando eu acredito que é melhor ficar, algo me empurra. E quando eu cismo que vou pular, alguém segura meus pés ao chão. Eu não tenho certeza do que quero, do que é, do que sou. E a única vez que eu disse, enchendo a boca, que tinha certeza de alguma coisa, senti uma punhalada nas costas, da qual não me esqueço a dor. Então, caminho pelas cordas bambas achando que estou bem. Que não vão invadir minha alma, mais do que já invadiram meu corpo, que mesmo se fixar na minha mente, eu permanecerei bem. Tranquila, sóbria, de tal forma que ainda haja cor nas maçãs do rosto e que eu não esteja apática.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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