Volto a caminhar cabisbaixa, devido a esse meu mundo tão conturbado. Digo que sinto medo quando percebo o quanto estou longe de todos que me acostumei, de cada um que costumava me rodear e me arrancar sorrisos. Todo mundo cresceu. Mas isso não era motivo pra deixar tudo triste. Tudo tão cinza. Eu me recordo de todo mundo, tem dias, que com mais facilidade. E vejo que o lugar que antes parecia me pertencer pra sempre, acabou ficando pequeno demais. Restrito demais pra mim. Nada de sonhos, eu cresci, e nesse mundo onde todo mundo tem que saber fingir e dizer bom dia, mesmo achando o dia um horror, eu aprendi também a me esconder de quase tudo. Caíram por terra, os sonhos. Eu tenho uma lista no papel, com algumas metas e prazos. Me arrancaram um pedaço da alma, me tiraram aos poucos a vontade de amar. As pessoas sentem medo de que eu sinta amor, e agora, quem começa a sentir medo, sou eu. Me tranco, de novo, nos pensamentos mais pessimistas. O dinheiro nunca será suficiente. Minhas metas são utópicas demais. Minhas pelúcias estão trancadas no guarda roupas. Chocolate não me faz feliz. A única vez em que amei, bem, eu não quero mais me lembrar disso. Eu procuro um amigo nos olhos de quem aparece no ônibus. As pupilas de todos eles se contraem. A minha dilata, procurando por luz.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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