Entre copos que exalam verdades, a bebida descia amarga no início. Mas depois de um certo tempo, certos goles somente me esquentavam. Nem sei como permaneci com um vestido tão curto, sentada, pegando vento. Sei que a um certo ponto, suas palavras me sustentaram e provavelmente me esquentavam também. Foi digna de ser enterrada naquele quintal, como uma lembrança, que embora embriagada, tinha um borrão como nos sonhos que tenho. Um borrão, como as nuvens que escondiam a lua. Eu buscava uma referência, alguém conhecido pra firmar meus olhos, mas ela estava escondida. Olhei pro chão, arranquei plantinhas, segui o copo que ficava vazio, mas não deu pra escapar, voltei a olhar pro seu rosto, de onde saía tudo que eu queria ouvir.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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