Eu ando rabiscando as paredes do quarto, e por todo lugar que me parece vazio. Tentando preencher esse meu mundo de uma vez por todas. A cortina tira um pouco a luz, mas me faz bem ficar na penumbra. Eu tenho esse apego à melancolia, e consigo ver um "quê" de beleza nisso. Minhas músicas preferidas são as que me fazem chorar. Não adianta me dar algo para acordar, eu gosto mesmo é de chá, de cappuccino, desses bem fraquinhos. Me fecho aqui por um bom tempo e me preparo para receber toneladas de informações sobre o outro lado da janela. Dizem que está frio lá fora. Que nas ruas, há barulho extremo. Dizem que querem sempre mais e mais do mundo, mas eu receio que sentem falta, o tempo todo. A maioria diz estar só. Dizem que falta amor.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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