Eu fico esperando o dia em que vamos todos gargalhar, juntos sentados num bar qualquer, lembrando de todas as confusões. Não sei se quero estar casada, prometida ou com uma lata no dedo. Mas quero ter uma criança comigo, que seja minha. Contando sobre os casos em que fomos sempre tão amantes, como amigos, irmãos ou como loucos apaixonados por cada traço do rosto ou do braço, o cheiro da nuca. A roda de amigos, onde todos já se apaixonaram por todos, entre festas ou dias nas lagoas. Os que se foram por vacilar demais, os que nem se moveram por amar demais. Eu quero ir e tomar uma visão panorâmica de cada caso de amor e bebida, ter meu lápis e papéis. Depois eu volto, e paro, exatamente na mesa do bar, olhando pra cada um de vocês. Acho que não foram todos que entenderam o valor da amizade. Mas é disso que eu sinto falta. E aí, buscando chamar a atenção, eu me calo diante de tudo, me escondo e fico no máximo a espreita. Do contrário de quem gritaria, louca, desvairada, procurando enfiar a todo custo, as memórias de uma época intensa e descontrolada. E eu continuo esperando.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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