Parece tarefa fácil, mas não é. Ir lá no fundo das caixas, no final do guarda roupas, onde acreditava guardar meus sonhos antigos, ou coisas que se foram, mas que de certa forma deixavam um gosto bom, pelo que foi um dia. Mas foi. E se guardei até então, era com esperança no coração de que um dia, as coisas ruins fossem embora, e a calma voltasse, junto com um pouquinho de cordialidade que fosse. Até então, não veio. Tentei que viesse, mas não deu mesmo. Daí, aprendi em horas, de forma forçada que é melhor tocar o barco como ele estiver. Com mágoas, ódio ou seja lá o que for. Cartas no lixo, coisas rasgadas, bonecas desenterradas. Tudo um dia tem que desaguar, ir pra algum lugar, pra renovar com vontade, de verdade a alma.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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