Receio não ser nada, além do que pareço aos desconhecidos, que sabem somente minha idade. Nada além disso. Receio que não mude, que não saia do lugar, mesmo com as mãos dadas querendo se soltar pra correr sozinha. Receio que eu esteja ilusionando tudo isso: as mãos dadas, as pessoas que não me conhecem e um par que não tem nome. Falta nome mas tem uns carinhos de par, beijos de par, meias e escovas de dente de par. Mas se é, eu receio não saber.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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