Sobre todas as coisas que me fazem refletir ás 1:03 horas da manhã, vendo capítulos de uma ficção tão parecida comigo. É inevitável a nostalgia adolescente. E eu me lembro que na verdade, nunca me interessei por esse mundo adulto. Nunca me apeteceu ter o poder nas mãos. Por incrível que pareça, não conheci a bebida, nem o sexo, nem o amor muito cedo. E quando me vieram essas coisas, vieram juntas. Eu tinha dezoito anos e me diziam que eu só deveria aproveitar. Mas eu me achava muito mais inteligente aos 16. Na verdade eu tive que viver coisas muito além. E não digo ainda, que aprendi a conviver com tais coisas. Por vezes, eu acordo a noite me lembrando das dores que senti, fisicamente. Ou da agonia de viver escondendo do mundo quem eu era. Eu teria certeza de que amava alguém, mas nunca a certeza de que era amada. E nos momentos em que a casa ficava vazia, eu me deitava com meu cachorro no chão, porque ele era o único que conseguia me ouvir sem latir contrariando. Eu me lembro das noites vomitando, por qualquer motivo que me fizesse chorar. Ou quando implorei pra minha mãe que dormisse de mãos dadas comigo, logo eu, logo ela. As festas que pareciam sustentar o corpo, a mente, a rotina. As pessoas que pareciam mesmo gostar de mim. E se antes eu tinha a idéia de que fiquei pra trás, hoje percebo que ando devagar, com a mente aberta, procurando mesmo paz. Nada tão branco, nem sem gosto. É que eu quero viver uma vida que é realmente minha. E ser quem eu sou de verdade.É vago, o pensamento que diz, que as coisas não voltam. Que só se ama uma vez. Que a vida é curta eu sei, e acredito sim. Mas correr só faz encurtá-la ainda mais.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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