Esses dias, que geralmente os homens dizem ser os infernais (e talvez até sejam) vão além de qualquer reação orgânica dentro de mim. E como ariana fiel que sou à minha natureza, quero e sempre tento fazer deles, os dias mais produtivos. Um desenho, qualquer tipo de produção que é pra eu me sentir melhor comigo mesma. E a tendência feminina quando nervosa é sempre meter os pés pelas mãos. Não que eu desenhe com o pé, mas falo de não sair nada, nada do lugar. Um ciclo que me empurra devagarzinho pra dentro do quarto às nove da noite, me ajuda a jogar os edredons de qualquer jeito, boto pra tocar um álbum muito provavelmente dramático, começo com alguns questionamentos clichês sobre tudo que anda acontecendo como se fosse o fim do mundo, e deixo alguma lágrima cair, até pegar no sono. Mas se tem uma coisa da qual me orgulho muito, é de ter nascido mulher. Da carne forte, do coração forte, da ansiedade em viver o agora mas pensando tanto lá na frente. E mesmo com o quarto bagunçado, tento organizar as coisas aqui dentro. E se tudo parece perdido hoje, amanhã estará perfeito. Porque se tem sexo frágil nesse mundo, olha, te garanto amanhã bem cedo de que não sou eu.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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