Sem tempo pra pensar. E mesmo assim, ainda consigo ter a cabeça latejando. Lateja estranho, como se fosse a dois anos atrás. Tudo de novo, só que diferente. O que lateja não é por raiva, ódio ou repulsa. Acho que é porque o calor voltou. Não deve ser porque fui ingênua demais, por tanto tempo e a sensação é de que serei sempre, ingênua a ponto de sorrir ao diabo e lhe apertar a mão. Nem mesmo por todas as lembranças ruins que hoje fazem todo o sentido do mundo. Todos os dias sem explicação hoje sorriem pra mim, dizendo que fui tola. Todos os lugares que mais gostei de andar, hoje me causam pavor. Mas o que me faz latejar de dor é que tenho tanta coisa boa a fazer e não consigo. Pedro Juan estava na melhor parte e não o quero mais. As músicas entram e saem sem diferença alguma. Está quente, dispensei a coberta mas senti pânico na madrugada sem elas. Preferi suar. Preferi não olhar ipês, nem o sol, nem escolher refrigerante, eu não mereço. Preferi chegar em casa e cerrar tudo com mais trabalhos.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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