Eu já havia dito que queria, que fosse por instantes, saber quais cores ela enxergava, onde faltava luz e queria entender porque abrir a janela não parecia o suficiente pra sorrir todos os dias. Mas é impossível viver a vida dos outros. É impossível que eu sempre pense do lado de fora e esqueça de lembrar de que dentro de mim, existem minhas cores, a luz que enxergo e minha janela. Quando pude, eu disse como as coisas podem ser mais coloridas. Não há nenhuma perfeição no mundo, tudo bem. E se cair, errar, se machucar e machucar os outros faz com que as cores se desgastem e ganhem tons escuros ou cinzas demais, é abrindo a janela, todos os dias, mais e mais uma vez que as cores podem se renovar. É o que eu digo e o que eu posso fazer. Mas acredite: cada um faz por si, a vida é insubstituível. E desistir dela, não faz da gente menos errante.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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