Com a foto na parede, ela fica com a carta do riso. Que ganhei numa exposição, num museu, onde fui só. A moça dizia pra eu escolher uma carta no baralho e diante de tanto pessimismo que diziam que me acompanhava, escolhi a carta do riso, um lado é de paus, o outro de copas. Guardei entre tantos papéis que acumulo por coleção e depois resolvi estampar a parede com ela. Copas para cima, paus para baixo. Abaixo da foto, que era pra explicar o motivo de tanto riso.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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