Na escola, não me lembro de nada como um dia lindo, perfeito, do qual eu nunca esquecerei. Alguns talvez eu realmente nunca esqueça, mas nada que me dê orgulho. Não sei bem entender, mas evito o melhor. Evito a perfeição nas escolhas mais inconscientes. Não gosto da simetria, porque nada é eterno e eu realmente não ficaria feliz vendo o perfeito indo embora. Então eu percebi que afundar me aterroriza. Assusta a ponto de me fazer sair correndo. Me entregar seria ser fraca a ponto de entender e aceitar que quando tudo acabar, não saberia lidar com a dor da perda e da saudade, de algo que nunca vai acontecer novamente, nunca vai ser igual. E aí, olho ao redor e realmente não vejo nada. Poucas pessoas, que soltam meu nome pela boca, como quem cospe um chiclete que já perdeu o doce. O amor que sinto, sinto sim. Real a ponto de crescer aqui dentro de mim, sem quase não precisar de mais nada. Nasci, cresci e talvez eu morra no mundo platônico.
ô saudade de saber escrever.
ô saudade de saber escrever.
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