Lavamos todas as roupas. Ela lavou. Com aquele ar de quem precisa limpar tudo de uma vez só. E eu assisti com uma leveza que chega a ser fraca. Acredito que nunca me sairão as pulgas, as que ás vezes não me deixam dormir. Não entendo porque em mim. Mas resolvi deixar pra lá. O que tiver que ser, serei só, serei dela e de mais ninguém, serei minha e querendo ser talvez. Não quero explicação pro que me formiga as pernas, corrompe meu amor, me deixa fraca e sozinha, com cara de vilã. As roupas sujas de hoje, estão aí, limpas e secas, já que esse sol sempre me favorece. Então... rodopio os olhos sem me mexer. O espaço da cama é pouco, ela me aperta os braços. Pretendo não reclamar do presente, não planejar o futuro. Meu passado já era faz tempo. Eu vou mesmo é aumentar o volume do samba, que mesmo chorando me mata de rir.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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