Passei algumas noites falando com a cortina rosa sobre alguns motivos que desconheço, mas que explicaria toda essa areia no meu olho direito antes de dormir. Fica vermelho, eu choro um pouco e passa. Passa quando acordo de manhã e percebi que dormi bastante até. Não sei quando de fato aconteceu e peguei no sono, mas descansei. Sempre atribuo essa vermelhidão nesse olho, por ficar horas e horas nesse computador lerdo. Mais lerdo que eu, muitas vezes. E venho me conformando com o olho estranho, o computador lerdo e quando as coisas começam a não dar certo. Ou simplesmente não começam. Eu prezo a positividade, juro. Sou eternamente grata a Deus, ao destino, à minha história como pessoa, quando olho pra trás e vejo que tudo poderia estar bem pior. Eu sempre fui o tipo de garota que não queria ter ninguém por perto, porque isso causa dependência. Nunca provei do cigarro e nem de outras coisas que me fariam curtir a festa um pouco mais porque causaria dependência. Meus pais não me conheciam muito bem até os 16 anos e minha mãe ainda tenta me presentear com blusas de estampas de bichos. Então, eles nunca foram amigos, só meus pais mesmo. Eu não quero julgar ninguém. Nem eu mesma. Sei que poderia estar gargalhando porque ainda sou nova e tenho um caminho incrível bem à minha frente, é só continuar andando, nesse mesmo ritmo que só um ariano consegue e tratar de entender que o mundo é bem maior do que parece. E eu vou fazer isso. Aliás, é o que estou fazendo agora. Sei que comida também causa dependência, mas preciso voltar a ficar um pouco mais sozinha pra voltar a ter a força que eu tinha. Proteção externa demais faz com que eu deixe a produção de anticorpos de lado. E ter vontade de comer vai contra mil momentos antigos. Mesmo que eu passe a me questionar algumas coisas, por que exatamente quando eu faço tudo certo, espero o que tenho que esperar, corro atrás ou desapego de exatamente tudo quando é necessário. Depois de muito custo eu me entrego e taran... qualquer sopro deixa o castelinho cair. Não acontece de uma vez, mas acontece. E não há muita coisa a fazer. Talvez seja só um domingo um pouco chato. E eu, pra completar, ando bastante chata também, e não ando escrevendo coisas boas. Ou melhor, até que escrevo coisas boas sim. Mas nem eu mesma entendo o motivo de não mostrar. Acho que criam falsas expectativas. E é delas que ando fugindo durante todo esse tempo.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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