Dos inimigos mais intensos que tive (e tenho), o espelho é um dos piores. Depois de um tempo odiando, passo para a fase de admiração de qualquer rival. Ele vira a arma, e é quando preciso ter mais controle pra não cometer suicídio. E ele é sempre muito bonito, porque se nivela aqui, no meu peito. Sou derrotada se nivelar pela cabeça, venço se souber dançar sozinha e sem olhar o reflexo do meu corpo, pele, cabelo e mente pelo salão iluminado.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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