Vai ver é assim mesmo. O ponto forte que a gente tem, é resultado de um ponto fraco, escondido no meio das pernas, quando as cruzo com firmeza ao me sentar sozinha em qualquer banco de praça por aí. Aos poucos fui percebendo, que não me doía nada entregar o que tinha em mãos, a tomar um tempo escutando uma história a fim de uma opinião, a ajudar quem estivesse por perto, com um favor simples. Difícil é contar meu segredos, é dividir minha vida, é ter a coragem de deixar chorar o que eu precisar, sem vergonha ou medo de ser taxada de fraca. Difícil sempre foi, acreditar que eu valho a pena. Não pra mim mesma, mas para os outros. Se sempre quis um quarto em casa só pra mim a fim de ficar sozinha. Sempre questionando as paredes sobre o primeiro beijo, o primeiro amor e quase nunca, uma incrível amizade. Se ser forte é estar só, internamente só, e assim permanecer sem deixar entrar qualquer palavra que adule esse medo vicioso da solidão. Ali fora, todos se encaixam em algum lugar. E até hoje, eu me encaixei, inteiramente, sem deixar um fio de cabelo do lado de fora, dentro do meu próprio quarto.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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