Vem quando der, vai assim que puder, sem previsão de volta. Se na minha mente o platônico sempre foi meu vizinho, encontrei aí um amigo que também não existe. Desde criança carrego comigo, essa coisa de falar sozinha, chorar com os desenhos na parede me escutando lamentar. Existem tempos de sorrir. O resto, foi feito exclusivamente pra mim. Vou seguindo assim, do jeito que der, até que cesse. Nem sinto mais dor, as coisas se acalmam na anestesia de acordar todos os dias não é? O recado que fica incrustado no peito é que, o problema é quando impulsos para sorrir de novo voltam. Se voltam, me confundo, minhas mãos reagem bem, minha cabeça me pede pra fechar os olhos a fim de não enxergar e meu coração se quer responde. Me faço de invisível, me recolho como sempre estive, volto ao meu lugar. Parei de querer entender, talvez até de tentar.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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