Par de olhos fechados, respiração calma. Eu poderia ficar a vida inteira ali. Esperando abrir e fechar de novo o par, se virar e nunca dizer nada. Eu queria mesmo ficar o dia inteiro ali. Ganhar a certeza de que não foge, e que se fica, fica porque é bom. Uma súbita ameaça dentro de mim, pede pra que fique a manhã inteira ali, sob qualquer teto e janelas que não deixem que te levem de vez. Algo fisga no meu peito, os olhos quase se abrem. Eu falo baixinho que não, não vamos nos perder. Imponho. Um braço me puxa pra perto. Corpo colado. Melhor assim.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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