Uma vontade engolida, me aperto a garganta, digo que não posso, por medo do não corresponder. Me estremece o corpo, só de fechar os olhos e pensar em dois segundos, que eu dissesse, com mais vontade ainda, por ter guardado mas ter sentido. Mesmo que não faça sentido algum ter guardado, porque sabe bem quem unicamente estremece meu corpo sem ao menos saber de nada, sem ao menos dizer uma palavra. Aperto minha boca com a mão. Me devora. Aperto um pouco mais. Me devora. Nem ao menos me imagina assim distante, pedindo socorro com o corpo pegando fogo. Me devora.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários