Aquela festa me deixou à flor da pele do início ao fim. Não gosto muito de lembrar, mas algumas particularidades nunca vão me sair da mente, por coisas tão bonitas e delicadas que se passaram. Eu procurava entre gritos e mais gritos dos copos de bebidas e confusões adolescentes dos meus amigos, um refúgio que me mantivesse na cadeira sem me coçar, sem que meus olhos marejassem mas que me emocionasse. Foi aí que ele chegou. Pediu o violão, de forma tranquila. E escolheu com o coração a única música que tocou. Nem ouvi sua voz, foi muito sereno. E olhou pra mim durante esse tempo apenas pra que tivéssemos certeza de que eu ficaria bem, senão depois, mas durante a música pelo menos. Fez sua parte, me olhou nos olhos e eu senti o desejo de boa sorte.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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