Há tempos que venho deitando pra dormir e antes disso me lembro que lá se foi mais um dia que esqueci de contar da minha nova mania. Talvez nem seja ainda uma nova mania, já que caio em contradição quando falo da falta de tempo, mas sinceramente venho tentando, aos poucos, aprender a perder tempo. Sim, perder tempo. Me lembro de julho desse ano, quando participei de uma oficina, o "trajeto do afeto". Me lembro que foram dias de muita calma e mais um daqueles dias que eu aprendo um monte de coisas enquanto algumas pessoas resumiam em apenas fazer barquinhos de papel. Dentre tantas coisas legais e pessoas diferentes, me lembro bem de uma parte em que distribuímos dicas uns aos outros e em um dos papéis pra mim veio "perder tempo". Pra mim, ariana, impulsiva, com pressa até sem saber o motivo e sempre tão ansiosa (voltei a roer as unhas) aquilo não devia nunca ser uma dica. Mas era. E ali fiquei pensando, no que devia fazer sentido pra alguém que tantas vezes chora porque o tempo é mais devagar do que deveria ser. Me lembro também, que antes da oficina começar, eu e todas as alunas tomávamos sol de manhã. Coisa que sempre gostei de fazer, mas parei por falta de tempo. Afinal, tomar sol de manhã é pra quem não trabalha, não estuda ou não tem nada pra fazer. Nem é. O que sinto hoje, é uma necessidade de perder tempo. Porque quando se perde tempo, se ganha uma mente mais vazia, mais calma, talvez pronta pra começar a se encher de novo. Perder tempo é quando eu mudo meu caminho automático e paro num café sozinha, só porque eu quis. Ou simplesmente deixar o dever pra mais tarde, porque perder um tempo deitada no sofá ou no banco ali perto do lago vai me preparar melhor pra qualquer dever. Eu sei o quanto é difícil realmente perder tempo, eu ando tentando e quando paro minha mente me culpa, eu tenho medo, eu me questiono por minutos se isso vai dar certo. Mas vai. Tanto que consegui entender o quanto perder tempo é bom. É útil. E faz bem.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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