É difícil explicar essa sensação. Todos os dias, eu me lembro do quanto sinto falta de escrever. Tanto pra Ana, quanto pros meus amigos e por aqui também. Por mais que antes de dormir eu pense "cara, que merda aquele blog, não paro nunca, não apago nunca e não escrevo nada com nada direito... é namorada, é a vida quando complica ou descomplica, são meus receios e medos, tudo junto". Mas na verdade é um tudo que eu tenho sobre mim mesma e talvez o melhor modo de guardar. Porque eu sei que estará aqui e não em algum hd perdido pelo mundo. Não divulgo pra ninguém, porque sinceramente, não gosto que as pessoas leem apenas porque me conhecem. Melhor as que não me conhecem, mesmo. Todos os dias eu me lembro que cresci e que isso aqui está jogado. E geralmente no período da tarde, quando tenho mais tempo pra refletir, eu me encho de vontade de contar mil coisas, pessoas que aparecem, dias que se destacam. Mas ando lendo demais, todos os dias, a todo momento, no celular ou aqui, em revistas ou onde for. Toda a minha vontade de entender um pouco mais o mundo feminino, a sociedade e todos os seus problemas agora se cansa. Me sinto exausta todos os dias, por tantos textos complicados, tantos fatos tristes, e tanta análise que faço de um passado logo ali que suspiro toda hora. Tento aprender muito, todos os dias. E mesmo onde se debate pelos mesmos princípios, eu encontro discussões imensas, eu me perco em vocabulários e me perco por ali. Então o que se gera é esse ciclo do renascer com vontade de aprender mais todos os dias. Porque parece um vício incrível, mesmo que eu durma com a cabeça explodindo por destrinchar a minha vida como mulher, a minha vida como gay em tantos textos e artigos e revistas e sites, no outro dia eu me sinto pronta, pra começar tudo de novo. Eu queria escrever mais aqui, mesmo. Mas é tempo de estudar mais e absorver muita coisa em pouco tempo.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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