Eu, sempre em busca de arrancar todos os espinhos que a vida e outras pessoas enfiaram em quem amo, fico nessa tentativa de querer mudar a vida delas. Dela. Embora tanto amor eu sempre tive, tive que andar com calma, tive que saber ser discreta, amar baixinho. Ela, no entanto, só precisou se conter quando mal percebeu o que havia acontecido. Uma paixão tomou conta e ela ainda estava ali, tentando negar carinhos meus. Ao longo de toda essa história, eu hoje venho nesse momento que a tensão pré menstrual me domina dizer o quanto é doloroso não ter sido pra ela, o que ela foi sempre pra mim. O negar do sentimento. A demora pra responder. As desculpas por não amar. A admiração contida. A vergonha pela idade. A diversão em me comparar. As risadas por minhas fases. As velhas histórias que ouvi. As velhas histórias de novo. As mulheres que conheci sem ver. As fortes admirações. O culto ao glorioso passado. A decepção com o presente. Os velhos amigos. A grande e gloriosa lista. As preferências. De cores, cabelos, histórias, currículos. As histórias de novo. As grandes admirações. O medo de ser diminuída. A fuga da rua. A fuga de mim. E eu sei que sou bem mais do que qualquer uma. Ah, isso eu sei.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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