Existe alguma coisa no ar, um surto que anda levando os pais dos meus amigos embora. Sim, falecendo. E isso me deixa sem chão, a cada semana quando algo acontece de novo, eu me lembro dos meus pais distantes de mim. E no medo que dá perceber que ninguém é eterno. Não que eu não saiba caminhar sozinha, sem eles. Acho que essa fase está quase no fim. Mas seria, e é a partir de agora que começamos a parte de desfrutar juntos o que conquistamos. De qualquer forma, com todas as diferenças, a melhor parte (e eu digo isso com alívio por pensar assim, finalmente) é perceber que eu cresci. Já era infância. Adolescência. Mas que fiquem os meus pais, um pouco mais, que é pra mostrar um pouquinho do que me transformei.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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