Desde o primeiro dia, eu disse que seria muito difícil. Mas eu não imaginava, que seria tão mais doloroso. A viagem tão sonhada, com tanta dificuldade e na verdade não havia destino nenhum, mas qualquer lugar em que ela estivesse eu iria vê-la. E fui. Ver, abraçar e tocar quem deixei há um ano foi a coisa mais surreal que me aconteceu. Mas mesmo com todo amor, algo pairava no ar. E foi isso, ela se foi. Já imaginava que fosse tão dura nessas horas. Fomos com dor até o mesmo aeroporto. E fiquei lá chorando minhas últimas lágrimas, porque agora acho bom não ter mais força pra isso. E acho que todos aqueles verbos "pensar", "ver com calma", "tentar" foram eufemismos pra que eu entrasse no avião mais calma. E entrei, dezessete horas depois aqui estou. Tentando começar a prática de tirar você de mim. (Tão difícil quanto tirar nosso álbum e suas cartas da mochila).
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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