Eu sei que tenho que passar por todas as fases, até que finalmente me sinta melhor. E eu não faço ideia de onde exatamente estou agora. Eu sei que é sábado, o frio já voltou e ainda por cima chove muito. O dia todo. E sei que ainda não deixei de acordar com as cenas que nunca vi, mas imagino. Sei que não sofro muito, mas que algo pesado me acompanha, me fazendo lembrar de todo o percurso que tive sozinha e como ele parece nunca acabar. O que era apenas um medo, tornou-se realidade e eu nem vi. De repente acordei, caindo em um buraco sem fim. O chão chegou e sinceramente ainda não deu tempo de juntar meus pedaços aqui. Acho que essa é a fase que estou, me recompondo. Mesmo nesse passo lento. Mesmo que apenas as paredes do meu quarto saibam. Mesmo que todas as pessoas me olhem a fundo e concluem o tamanho que sou. Tanta gente querendo me fazer feliz, que só quero logo uma cola que me refaça sorrir, pra que eu saia do buraco e prossiga meu caminho.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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