Agora, a noite vem chegando mais cedo. Escurece de fora pra dentro, a velha rotina ainda me chama. Entro no quarto, acendo a luz fraca. Dói um pouco, mas depois de tanta força que meus pais me deram, impossível eu não aceitar a realidade aos poucos. As pessoas erram, por vários motivos. O quanto ouvi deles sobre aprender a perdoar, e a querer que todos fiquem bem, sempre. Eu olhava pra tela, e deixava as lágrimas correrem, deixava eles falando e mostrando uma nobreza que eu só queria captar inteiramente pra mim. Eu estava triste, cansada, mas em partes chorava de emoção. Quando eu falava da saudade de casa, meu pai dizia que poderíamos nos encontrar nos sonhos, porque nossa alma se desprende, e eu só não posso ir para lugares escuros. Sei que preciso aprender muita coisa para clarear a mente, meu espírito. Sei que ainda vou ter dias e dias doloridos. Mas a estrada segue. E pela saudade dos meus pais, eu acabo tendo a nostalgia dos dias e noites no quintal de casa, ouvindo o violão dele e a voz da minha mãe. Lembro de todas as músicas que cresci ouvindo, especialmente aos domingos. E de como é melhor guardar lembranças boas do que as ruins. É um esforço grande, mas vale a pena tentar. Que fique apenas meu perdão, e minha vontade de seguir em frente. Enquanto isso, sonho com o dia em que eu entrar em casa pra matar toda essa saudade que sinto todo santo dia.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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