Angela liga a câmera e começa a andar pelos corredores. Cumprimenta pessoas, faz elas me dizerem oi, me mostra o céu e como está o tempo, muito claro, nublado, aquela cidade pequena e fria geralmente. É tudo tão novo que não me importo de mergulhar intensamente. Eu me apaixonei e escondi de mim de forma sensata, era o melhor a fazer naquele momento. Mas, nunca tinha tido alguém tão sem medo de amar que nem ela, mesmo na incerteza do futuro. Lembramos cotidianamente de todas as festas ou dias ruins em que passamos naquela cama, nos bares, na biblioteca tentando entender artigos e projetos. Ninguém é superior a ninguém. Ninguém tem medo mais, de nada. Contamos os dias que faltam pro próximo abraço. E sinceramente, preferimos não ouvir os zumbidos estranhos que ás vezes tentam soltar. Deixa a gente ser e estar.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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