Detesto ficar presa em domingos, desses nostálgicos quando vou para a casa dos avós e percebo de novo que crescer e enxergar os problemas de perto acaba com qualquer encantamento. Meu avô vai enfraquecendo aos poucos e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Mas olho para os meus pais e penso que não quero deixá-los na mesma situação nunca. A felicidade ou os momentos felizes se resumem a um cachorro que pula o tempo todo, rouba chinelos e deita no colo dele, enfia a cabeça entre seus braços e espera por carinho até dormir. Ou então assistir futebol e opinar com firmeza sobre resultados e jogadores. Meu avô costumava cantar pra gente, coisas que ele inventava pra no final me chamar de zulunga. Ele merece mais do que isso que tem. Sempre mereceu.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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