Fiquei a olhar a imensidão daquele lugar, que confesso, era bonito, luxuoso, eu só havia visto pela tevê, mas não me fazia bem. Aquela mansão, eu no jardim, só queria estar noutra casa, que fosse a dos meus pais, bem pequena. Ninguém me via, tampouco me ouvia, minha mãe me encheu de carinhos que eu não queria comprar, pelo preço ser alto demais... Meu irmão chutava uma bola no campo e, conversando sozinho e narrando o próprio jogo, dizia que o juiz mandara repetir o lance porque ele havia errado. Meu pai virava copos e me sugava com os olhos, parecia satisfeito, pois eu, estava insatisfeita. Fiquei no mesmo lugar, durante quase todo o tempo, como se não houvesse espaço que me coubesse, mesmo que aquela casa fosse enorme tanto lá fora, quanto lá dentro. Durante o dia inteiro, conversei com todos, sem olhar nos respectivos olhos. Deu no que deu. O dia, terminou em chuva.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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Moral da historia: 24h são exatamente o que precisamos rs