Me permitia ás vezes, somente abrir os olhos sem me mexer. É como um jogo idiota, que já me fez perder o ar umas três vezes. Depois do sono, ou mesmo antes dele, tento controlar e contabilizar minha respiração. Inspira, expira. Sincronias idiotas que tento fazer que me deixam louca e me fazem perder a merda do sono. Um dia, fiquei presa. Tão presa que não podia acordar, por isso. Alguma coisa dizia que ainda não estava na hora. Mas odeio que me controlem. O fato de ser mais forte do que eu, me doeu a alma, chegou a ferir meu orgulho e tudo que eu mais queria era acordar. Nem meus olhos eu podia abrir. Ridículas sensações que invento, criam asas e fazem de mim uma refém. Até o dia em que prometi não controlar mais nada. Nem tempo, nem expira, nem inspira, nem datas. Metódica e extremista infantil, ai que ridícula.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
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