Algumas pessoas são como lares. Eu concluí mas ainda não vi a totalidade disso como uma coisa boa. Me sinto sem um lar físico, me mudando de lugar sempre em uma eterna adaptação que hoje entendo, é da minha mente ao que realmente sou e o que faço. Não importa tanto o lugar, eu sinto falta do que não tenho. E aí, abraços podem abrigar, palavras podem proteger. Do frio, da saudade, de um possível sentimento de abandono, coisas que lares costumam fazer. Então, pessoas podem ser como lares. Nem todas, mas podem. Talvez por uma questão de responsabilidade, nem todo mundo quer ser o lar de alguém. E também talvez o correto e auto suficiente modo de viver seria que cada pessoa, fosse seu próprio lar. Não duvido que muitas pessoas são. Que trocam de ambiente a qualquer instante mas que sorriem embora sintam as mudanças na pele, que não precisam de ninguém a não ser elas mesmas. Que carregam junto a elas toda a bagagem necessária sem deixar rastros de dependência a lugar algum. Talvez ser o meu próprio lar seja mais difícil pra mim do que qualquer pessoa possa imaginar. Tampouco acredito que é culpável, se minha mente tem tantas coisas a pensar, lembrar e a falar sem parar nenhum segundo. E não gosto e nunca gostei de lares com tantos conflitos. É exatamente disso que tenho fugido. Quero ser o meu próprio lar, embora encontrar um lar nos braços de alguém pareça bonito. Ser o meu próprio lar e não escutar os conflitos pode ser mais bonito ainda.
A sensação de estar atravessando uma ponte e não chegar no destino desejado nunca cessa. E sempre achei isso um tanto bom. Tantas decepções com as pessoas ao redor me deixou dura, com medo de certezas e fixações. Prefiro o temporário, o que muda, o que deixa eu me mover do lugar. Sinto saudades do que passou, confesso. E uma vez ou outra vendo as fotos, eu não consigo me segurar. Dá vontade de pegar no telefone e ligar pros amigos, para perguntar o óbvio, por que será que acabou, por que tão longe, por que não dá pra voltar… E questiono se realmente esqueci toda aquela última história que me carregou até minha última pequena grande decepção no amor. Isso acontece ás vezes nos domingos em que não me ocupo muito. A mente para e pensa. Mas voltando à ponte, no meio do caminho, uma pessoa chegou. E todo mundo sempre vem com aquela voz de cansada das minhas histórias, da minha vida. Mas é a verdade. E eu não nego que tive medo, que tenho medo, que fico feliz, que me esfria a barri...
Comentários