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Mostrando postagens de dezembro, 2013
Acabo de me despedir da minha roommate, egípcia, estudante de jornalismo, muçulmana, inteligente pra caramba, um exemplo de mulher pra mim. Dividi quarto com ela por quatro meses, estou em intercâmbio nos E.U.A. e quando a vi no aeroporto me desesperei. Um preconceito enorme tomou conta de mim, quando ela me disse que nosso quarto era o mesmo. Putz, sou lésbica, já dividi quarto com evangélica e sofri ouvindo muita coisa. (Hoje a evangélica me considera como filha, e vejo que se redimiu de tanta coisa que disse sem saber que eu namorava uma menina). Eu até brinquei, falei com minha namorada que era karma, e tal. Mas quando contei, ela sorriu, conheceu minha namorada via skype e falava sobre o namoro dela comigo. Mas enfim. Conversei pouco com Jeje, ela ficava tempo demais conversando com o namorado no skype (ela namora escondido do pai). Mas agora, umas semanas antes dela voltar, me contou que assim que chegou, decidiu tirar o véu. Os argumentos da religião para isso não a convenciam
Decidi que não bebo mais. Não aqui. Já fui tão forte nessa vida que me pergunto em que bueiro minha força foi parar. Bebi algo tão besta outro dia e me levantei com todas as queixas do mundo: saudade, dor de cabeça, incompetência e talvez até ingratidão. Era muito maior que ressaca. A gente vai tentando provar a força que tem do jeito que der. Acordando todos os dias e engolindo verbos por todos os buracos do corpo, decorando o jeito de andar, sentar e acenar. O frio vem me endurecendo o corpo também. Mas o coração continua mole. E quando abro a janela, na esperança de sorrir tá tudo quase cinza. Outro dia conheci um prato novo e quase morri pra comer. Era frango molhado na pimenta pura, juro. Não sei por qual motivo, mas desde então já comprei mais duas vezes. Comi, quase chorando. Faço uns testes pra ser forte. Ás vezes pode dar certo.
Ocupar a mente, com quaisquer que seja a desculpa de simplesmente não pensar em nada tão profundamente. Já que estar aqui torna tudo tão intenso, que seja intensa a ansiedade de apenas pensar no qua fazer hoje, amanhã, pela noite, madrugada, mas qualquer coisa qualquer coisa qualquer coisa que não me deixe lembrar que é tudo tão distante, é tudo tão diferente, é tudo que vocês queriam, é tudo que eu não sei viver intensamente. Hoje eu só vi branco, e minha vontade foi de não amar mais ninguém, só pra começar a escrever a lição de novo: gostar de verdade de mim. 
She by Laura Mvula on Grooveshark O segredo é, em qualquer circunstância, não parar.