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Mostrando postagens de abril, 2013
No meio da noite acordo e, naqueles momentos de virar o corpo pro outro lado da cama, solto um riso estranho, de sono embriagado e misturado a mais alguma coisa que não sei sintetizar numa só palavra. Podia simplesmente sentir falta e voltar a dormir. Mas as lições de fazer de tudo isso um pacote de motivos pra sorrir, vieram dela. E aquele resmungo de quem não gosta do arzinho do "respiro" que solto no seu ombro, aquela mania de começar uma guerra de cócegas mesmo sabendo que vai perder, os sustos matutinos que já não me pegam mais (porque prefiro sorrir a me assustar), chegam e são sempre bem vindos. Porque sorrir economiza musculatura, amar aumenta o tempo de vida, tempo e espaço são meros detalhes.
A título de observação, mesmo com medo e insegurança pelo desconhecido, um pássaro-homem deixa sua então casa a fim de procurar o que há de melhor lá fora. Determinação e coragem fazem parte das asas, perseverança e cuidado são pedrinhas no bolso, a fim de manter o equilíbrio. Porque voar é bom e preciso, mas feito tão quase sempre sozinho, me ensinou o tempo que aí sim, é preciso ainda mais objetividade. Aprendi também, que muitas vezes se leva o espírito e a mente, mas o coração fica, guardado (espera-se que com carinho) dentro de outro pássaro-homem.
Como se não bastasse os vários seres que crio aqui dentro, a fim de não me sentir sozinha, não consigo dormir sem conversar um pouco. Ensaio conversas do dia seguinte, me declaro antes com medo de errar, peço perdão tentando me explicar, faço planos pra amanhã de noite, pro fim de semana, pra casa que vou comprar, a cor do quarto da menina, ou do menino (e acabo ficando no amarelo mesmo, amarelo pastel vai muito bem pros dois!). Falo das coisas que nunca disse a minha mãe, ás vezes choro um pouco, e volto para a parte em que meu futuro vai muito bem. Sempre com esse ar de quem quer mais, mas lá no fundo são só planos. Não que sejam poucos, ou que sejam só. É que pensar assim, encurta o caminho que na verdade é cheio de curvas, e obstáculos. Vou passar por eles, é claro. Mas saber o que me espera, e me espera porque eu quero, é uma das melhores coisas que descobri antes de pegar no sono.
"Lembro como se fosse hoje. Eu trabalhava no escritório de Roberto Moura, fiquei no hospital municipal a noite quase toda acordado sentado num banco de ardósia esperando você nascer. Torcendo por você e sua mãe. Então você nasceu...  amanhecendo o dia. Tudo correu bem, então eu saí e tomei uma Kaiser no restaurante skina aqui no canaan. Valeu a pena!"